Uma das linhas de estudo mais interessantes sobre corrida atualmente é a evolucionista. Ela busca entender a corrida, a anatomia e a forma como nos movemos sob o olhar da evolução humana. O principal nome dessa área de pesquisa é o professor Daniel Lieberman, da Universidade de Harvard. Ele vem publicando, com seu grupo, estudos interessantes que estão nos fazendo repensar a forma de correr. Um dos exemplos mais conhecidos são os trabalhos com corredores descalços, que fez a procura por tênis minimalistas, que deixam os pés mais livres, crescerem.
Recentemente, a banda iliotibial foi o alvo desses pesquisadores focados em evolução e corrida. Essa estrutura anatômica é a responsável pela dor na lateral do joelho de grande parte dos corredores. Portanto, entender seu funcionamento em detalhes visa ajudar os casos de lesão e prevenção da famosa síndrome da banda ilitobial. Em matéria ao jornal interno de Harvard, os autores da nova pesquisa explicaram os achados reveladores sobre tal parte do corpo: ”Nós encontramos que a banda iliotibial tem a capacidade de armazenar 15 a 20 vezes mais energia elástica por massa corporal do que seu precursor muito menos desenvolvido em chimpanzés. Nós olhamos para a capacidade de armazenamento de energia da banda iliotibial e descobrimos que ela é muito maior na corrida do que na caminhada. Nós não sabemos se a banda desenvolveu-se durante a evolução para a caminhada ou a corrida. Pode ter se desenvolvido para a caminhada e posteriormente se desenvolveu para um papel ainda mais importante da corrida.”
A banda iliotibial está localizada na lateral da coxa, começando na altura do quadril e descendo até a lateral do joelho. Ela é a maior fáscia encontrada no corpo, o que nada mais é do que um tecido conectivo elástico que se estender por todas as partes corporais. A ideia é que a banda iliotibial atua como uma mola na locomoção, e isso seria importante na economia de energia, especialmente na corrida.
O resultado dessa pesquisa é importante para ciências básicas e estudos clínicos que buscam integrar o papel dessa estrutura elástica em programas de reabilitação e treinamento esportivo. Cada vez mais evidências apontam que temos adaptações anatômicas que nos tornam aptos a sermos bons corredores. Que elas nos levem também há uma prática esportiva cada vez mais saudável e sem lesões.
Fonte: Globo Esporte | EuAtleta.com
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